sexta-feira, 4 de março de 2016

Insanidade

“Bela” insanidade, aquela que poderia nos revoltar contra o desumano que aqui está, mas que infelizmente bate adormecida e omissa em nossa mente. O sistema nos quer alienados, coniventes, amedrontados e submissos, nos quer massa de manobra, e nos quer pacíficos, inertes e não críticos, e chama a isto de estar “são”.

Se a revolta que pode nos transformar, que pode nos retirar das travas do medo, que pode remover os antolhos da alienação, as amarras da submissão, as mordaças da conivência, e a inação dos pacíficos alienados, é insanidade, bendita seja esta insanidade, e que infelizmente nunca chega, que nunca bate firme à minha porta consciente, e que de mim não se apodera, ou que em mim não faz morada ou renascimento.


#inclusaointegral

terça-feira, 1 de março de 2016

Hipócrita social

Dentro do teatro de operações da existência social, para alguns parecendo mais um palco de guerra, nos é muito fácil, e muitas vezes o fazemos, lançar culpas sobre o sistema, as instituições sociais e a própria sociedade pelo que somos. Pode até ser que em parte isto seja verdade, entretanto, tanto o sistema, quanto as instituições sociais ou mesmo a própria sociedade nunca agem por si só, somos nós, os seres humanos, os entes vivos e ditos racionais, os vaidosos, os petulantes, os egoístas, os mesquinhos, os falsos, os omissos, ou os fracos, quem agimos, ou nos omitimos, quem atuamos, que aceitamos ou transformamos, agindo dentro, pela ou “contra” a sociedade, pelo sistema ou pelas instituições sociais ou então “contra” estas.

Muitas vezes escondemos ou mascaramos nossos interesses pessoais, nossa omissão, nossa conivência e nossos medos, enredando nossos atos e comportamentos como reflexos que outorgados fossem pela sociedade ou pelas instituições sociais, quando no fundo somos nós mesmos quem agimos em prol deste mesmo sistema, uma vez que a sociedade somos nós mesmos. A menos dos pobres, dos miseráveis, dos excluídos, e dos explorados, que são sufocados, catequizados, domesticados, enganados, domados, amansados, pelo sistema, pelas próprias instituições, e que têm assim sua autoestima diminuída a quase nada, que perderam até a ousadia de pensarem por si mesmos, a todos os outros, eu não concebo desculpa alguma, pois que de alguma forma consentimos, aceitamos, compactuamos com o sistema como um todo.